quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tolerância



Dica de leitura: artigo da revista Vida Simples

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Estudo liga meditação a menor risco de ataque em cardiopata



GABRIELA CUPANIda Folha de S.Paulo


Praticar meditação pode ajudar a reduzir quase pela metade o risco de sofrer um ataque cardíaco ou um AVC (acidente vascular cerebral) em pacientes com doença cardiovascular. Esse é o resultado de um estudo apresentado no congresso da American Heart Association, realizado em Orlando.
Segundo os autores da pesquisa, feita no Medical College of Wisconsin e patrocinada pelo instituto americano de saúde, trata-se do primeiro estudo controlado que constatou os benefícios a longo prazo da técnica sobre eventos no coração.
Os pesquisadores acompanharam 201 pacientes, com idade média de 59 anos, durante cinco anos. Todos tinham aterosclerose (depósito de gordura nas paredes das artérias).
Eles foram separados em dois grupos. Um foi submetido a um programa de meditação transcendental, praticado duas vezes por dia durante 15 ou 20 minutos. O outro foi considerado o grupo controle. Todos continuaram recebendo os remédios que já tomavam.
Ao final do período, no grupo que praticou meditação houve 20 eventos, como ataques cardíacos, derrames e mortes. Entre os demais, foram 32. Os que meditaram também tiveram uma redução da pressão arterial de cinco milímetros de mercúrio (a medida usada para pressão), em média.
"A meditação tem um efeito antiestresse, com queda nos níveis de cortisol e adrenalina", explica o psicólogo José Roberto Leite, chefe do núcleo de medicina comportamental da Universidade Federal de São Paulo.
Sabe-se que os hormônios relacionados ao estresse (como o cortisol e a adrenalina) interferem no metabolismo e aumentam a frequência cardíaca, a pressão arterial e os níveis de gorduras --o que tem um impacto direto na saúde cardiovascular. A longo prazo, os efeitos do estresse também abalam o sistema imunológico.
"É um trabalho científico sério que corrobora o que já se observava na prática", diz o cardiologista Carlos Alberto Pastore, do InCor (Instituto do Coração). Segundo ele, qualquer atividade que alivie o estresse reduz também o risco cardíaco.
"A pessoa que medita consegue enfrentar melhor o estresse", diz Norvan Leite, médico especialista em medicina chinesa e responsável pela implantação da primeira sala de meditação em um hospital público e pelo serviço de acupuntura no Hospital do Servidor Público Municipal, em São Paulo. "A prática altera o organismo como um todo", observa.



Depressão
Outro estudo sobre o assunto, publicado no periódico científico "American Journal of Hypertension", demonstrou que a meditação também é eficaz para reduzir a pressão arterial, a ansiedade e a depressão. A pesquisa, feita na American University, em Washington, acompanhou por três meses 298 estudantes universitários, divididos em dois grupos.
"A meditação promove mudanças neuroquímicas significativas com a liberação de endorfinas", completa José Roberto Leite, da Unifesp.
Segundo o psicólogo, após um mês de prática regular é possível observar alguns benefícios. "Mas deve-se encarar a meditação como a alimentação ou a atividade física e incorporá-la à rotina", afirma.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Magnified Healing



Introduzida pela primeira vez na Terra em 1983, Magnified Healing, (Cura Magnificada) é uma lindíssima ferramenta de amor, cura e libertação. Antes essa cura era praticada apenas nas mais altas dimensões do universo por Mestres Ascencionados. Em 1992 porém, por incentivo e inspiração direta da Senhora Mestra Kwan Yin, Deusa Chinesa da Compaixão e Amor, a Cura Magnificada foi trazida em forma expandida através de Gisèle King e Kathryn Anderson, nos Estados Unidos.
A Cura Magnificada limpa, equilibra, reintegra e harmoniza todos os chacras, sensibiliza e ativas o sistema nervoso e redistribui o cálcio na espinha. É a única modalidade de cura, conhecida até o momento, que cancela todos os carmas, ativa e expande a Chama Trina no Coração e nos prepara para a Ascensão Espiritual. Atua nos níveis físico, emocional, mental, etérico e espiritual, utilizando geometria sagrada, respiração e afirmações.
Prática
Esse trabalho de cura permite utilizar energias de 5ª dimensão que atua segundo a Lei da Misericórdia para curarmos a nós mesmos e a outros, curarmos à distância e curarmos o planeta. A iniciação nos conecta ao nosso Eu Superior que passa a dirigir mais diretamente nossa vida diária. O desenvolvimento espiritual libera, ativa e trás mais harmonia em nossa vida pela adequação com as leis cósmicas.

Na prática diária nós limpamos o Canal de Luz, estabelecendo um fluxo constante entre o Altíssimo Deus do Universo e o Cristal no centro da Terra. Isto acontece através de nossos chacras, que são limpos, energizados, expandidos, passam a irradiar boa qualidade de energia e são centralizados no chacra do coração. Esta conexão nos traz um profundo estado de graça, plenitude e amor.

“Muitas formas de cura são focadas no curador, significando que o buscador precisa ir a um médico, sacerdote, templo, shaman ou outro lugar para receber a cura. Na maioria dos métodos de cura vibracionais, a energia é obtida por canalização e direcionada através do curador. Em Magnified Healing, o praticante cria a energia com o ALTÍSSIMO DEUS DO UNIVERSO e se torna Ela.” (Extraído de Magnified Healing...Uma Nova (Antiga) Perspectiva por Jean Bennett. )
Tenho observado, através de minhas vivências e também de relatos de alunos iniciados, o grande impulso que a Cura Magnificada dá em nossas vidas, acelerando o processo da cura pessoal em todos os níveis e, conseqüentemente, reforçando nossos sentimentos de fé, liberdade, criatividade e equilíbrio. Isto acontece pela dissolução de antigos bloqueios energéticos que nos atrapalham de forma imperceptível.
O Magnified é mais uma técnica que está aí para auxiliar na promoção do nosso bem estar. Eu tenho tido bons resultados na sua aplicação. Como o último artigo foi sobre carma, achei interessante falar agora sobre esta linda técnica. Na visão do magnified o carma nada mais é do que a falta de amor! Interessados em receber ou fazer o curso entre em contato.
Um abraço,
Sandra

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Como criamos tanto carma?




"Se a mente perceber um objeto e permanecer em um estado de relaxamento, não criaremos carma. Mas em geral, a mente se envolve com os estímulos externos, acreditando que têm uma realidade inerente. Como o corpo, fala ou a mente reagimos a eles com apego ou aversão. Fazemos isso a cada momento da nossa existência, vida após vida.


A todo instante, temos o potencial, ou para despertar, ou para nos perdemos nos movimentos da mente comum. Sempre temos essa escolha. Em ultima instância, a mente nunca se separa da sua verdadeira natureza. mas seus movimentos aparentes nos levam a uma identificaçao com a mente comum, sem que tenhamos consciência da natureza desta.


Essa natureza não é um vácuo, como um quadro negro que foi apagado. Com o seu rico potencial de expressào, ela é a base de todos os fenômenos - tudo surge dela. Paramos de criar carma quando chegamos a uma realização estável em que a expressão ilimitada da mente nunca está separada da sua natureza."




Para abrir o coração - treinamento para a paz de Chagdud Tulku




quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Arco e flecha







"Esse principio do arco e flecha consiste em aprendermos a dizer não à falta de autenticidade, dizer não à indiferença e à brutalidade, dizer não ao adormecimento. Para dizer não corretamente, é preciso tanto o arco como a flecha. É necessário fazê-lo com sensibilidade - o arco- e com agudeza -a flecha. Unindo os dois, percebemos -nos realmente capazes de fazer uma distinção: podemos discriminar entre apenas gozar da vida e valorizá-la. Somos capazes de olhar o mundo e ver como realmente as coisa funcionam. Podemos então superar o mito - nosso próprio mito - de que não conseguimos dizer não [...] a nós mesmos quando nos sentimos atraídos pela depressão ou pela autocomplacência [...]



Quando aprendemos a vencer a tentação, a flecha do intelecto e o arco da ação podem se manifestar como confiança no mundo, o que desenvolve mais o espírito de curiosidade. Passamos a querer olhar e examinar cada situação, para não enganarmos a nós mesmos remetendo-nos somente às nossas convicções. Queremos, ao invés disso, descobrir pessoalmente a realidade, através da inteligência e da capacidade que nós mesmos possuímos. A sensação de confiança significa que, ao usar o espírito da curiosidade, ao examinar uma situação, sabemos que vamos obter uma resposta clara. Se damos o passo para realizar algo, essa ação terá um resultado -seja fracasso ou êxito. Quando disparamos a flecha, erramos ou acertamos o alvo. Confiar é saber que haverá uma mensagem."




Chögyam Trungpa, Shambahala - A trilha sagrada do guerreiro








sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Princípios do Reiki


No dia de hoje, não sinta raiva e não fique zangado.
No dia de hoje, abandone suas preocupações.
No dia de hoje, agradeça suas bênçãos, respeite seus pais, mestres e idosos.
No dia de hoje, faça seu trabalho honestamente.
No dia de hoje, mostre amor e respeito e seja gentil com todos os seres vivos.

No último curso de Reiki 1, dia 24/10, debatemos um pouco sobre os princípios. Entre outras coisas debatemos sobre o real significado de cada um. O debate continua...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Fonte do sofrimento


Quando sentimos o sofrimento, habitualmente identificamos sua fonte como "exterior" - outras pessoas, situações, o tráfego, o governo. No budismo, esta é uma análise incorreta, uma visão errada. O diagnóstico radical budista da nossa condição é que a fonte do sofrimento está nas aflições mentais. Quando elas são canalizadas em uma das diversas maneiras, nós sofremos. A fonte verdadeira do sofrimento não é "exterior". As circunstâncias externas e as pessoas servem meramente como catalisadores para acionar algo que já está dentro de nós. A fonte do sofrimento não é nosso emprego, esposa, filhos ou outras variações do tema: "Eu estou sofrendo por causa deles ou por isso". A fonte do sofrimento está enraizada nas aflições mentais.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Apressando a vida


O avião em que viajo finalmente pousa. Cautelosa, espero que a aeronave pare totalmente para relaxar por saber que cheguei sã e salva. Estou sentada numa poltrona do corredor e prefiro esperar as portas se abrirem para levantar. Não consigo: sou atropelada por um senhor, com terno de corte fino, que estava sentado ao lado da janela e tem pressa.Ele nem sequer pede licença para passar ou espera que eu me levante: simplesmente passa por cima de minhas pernas. Aguardo um pouco e, quando a fila caminha em direção à saída, tento sair. Dura empreitada essa: ninguém está disposto a dar passagem porque isso significa chegar atrás, mais tarde. Segundos apenas, mas mais tarde. Encontro-me com quase todos os companheiros de viagem no ônibus que nos leva até o saguão do aeroporto e enfrento a mesma dificuldade para dele descer e chegar à esteira onde pegarei minha bagagem. Estão lá, os apressados, e vão esperar comigo a mala chegar.A pressa tomou conta de nossas vidas. Corremos desde que acordamos. O banho é rápido -além de tudo, é preciso economizar água e energia-, o café da manhã é tomado com a leitura do jornal ou outra atividade qualquer, os filhos são empurrados para o carro e, com toda a velocidade, enfrentamos o trânsito emperrado para chegar ao nosso destino. É no trânsito, principalmente, que constatamos a pressa de quase todos: é difícil sair da garagem, já que poucos se dispõem a esperar alguns segundos para dar passagem. Passar de uma pista para outra é tarefa para piloto de Fórmula 1: poucos deixam ser ultrapassados.As crianças percebem desde cedo a nossa correria e a adotam. Quando bebês, os primeiros passos são dados apressadamente para garantir um equilíbrio ainda em desenvolvimento. Daí em diante, é difícil ver crianças andando: correm sem motivo nenhum. E nós, em nossa pressa, achamos natural que corram dentro de casa, na escola, onde as levamos.Incentivamos a corrida sem fim dos mais novos: queremos que aprendam tudo rapidamente e cedo, de preferência sem exigir muito de nossa parte para que não atrapalhem a nossa própria corrida. É no futuro deles que pensamos? A justificativa que assumimos foi essa. Mas, pensando bem, ela pode ser uma desculpa que construímos para adequar o papel educativo ao estilo de vida corrido que adotamos. Afinal, estimulando e empurrando os mais novos para essa corrida, tantas vezes desrespeitamos etapas de suas vidas, ritmos pessoais etc.Aonde precisamos chegar com tanta pressa? Ao pensar nessas questões, ocorre-me o personagem do filme "Forrest Gump", que, em determinado momento de sua vida, decide correr. Ele simplesmente corre: sem motivo, sem destino.
Para que não façamos o mesmo, precisamos nos perguntar diariamente: "Por que estou correndo? Será que poderia realizar a mesma coisa com mais calma e melhor?". Desse modo, certamente poderíamos diminuir nosso alto grau de estresse, dedicar mais tempo aos filhos e, assim, ter uma vida melhor com e para eles.O avião em que viajo finalmente pousa. Cautelosa, espero que a aeronave pare totalmente para relaxar por saber que cheguei sã e salva. Estou sentada numa poltrona do corredor e prefiro esperar as portas se abrirem para levantar. Não consigo: sou atropelada por um senhor, com terno de corte fino, que estava sentado ao lado da janela e tem pressa.Ele nem sequer pede licença para passar ou espera que eu me levante: simplesmente passa por cima de minhas pernas. Aguardo um pouco e, quando a fila caminha em direção à saída, tento sair. Dura empreitada essa: ninguém está disposto a dar passagem porque isso significa chegar atrás, mais tarde. Segundos apenas, mas mais tarde. Encontro-me com quase todos os companheiros de viagem no ônibus que nos leva até o saguão do aeroporto e enfrento a mesma dificuldade para dele descer e chegar à esteira onde pegarei minha bagagem. Estão lá, os apressados, e vão esperar comigo a mala chegar.A pressa tomou conta de nossas vidas. Corremos desde que acordamos. O banho é rápido -além de tudo, é preciso economizar água e energia-, o café da manhã é tomado com a leitura do jornal ou outra atividade qualquer, os filhos são empurrados para o carro e, com toda a velocidade, enfrentamos o trânsito emperrado para chegar ao nosso destino. É no trânsito, principalmente, que constatamos a pressa de quase todos: é difícil sair da garagem, já que poucos se dispõem a esperar alguns segundos para dar passagem. Passar de uma pista para outra é tarefa para piloto de Fórmula 1: poucos deixam ser ultrapassados.As crianças percebem desde cedo a nossa correria e a adotam. Quando bebês, os primeiros passos são dados apressadamente para garantir um equilíbrio ainda em desenvolvimento. Daí em diante, é difícil ver crianças andando: correm sem motivo nenhum. E nós, em nossa pressa, achamos natural que corram dentro de casa, na escola, onde as levamos.Incentivamos a corrida sem fim dos mais novos: queremos que aprendam tudo rapidamente e cedo, de preferência sem exigir muito de nossa parte para que não atrapalhem a nossa própria corrida. É no futuro deles que pensamos? A justificativa que assumimos foi essa. Mas, pensando bem, ela pode ser uma desculpa que construímos para adequar o papel educativo ao estilo de vida corrido que adotamos. Afinal, estimulando e empurrando os mais novos para essa corrida, tantas vezes desrespeitamos etapas de suas vidas, ritmos pessoais etc.Aonde precisamos chegar com tanta pressa? Ao pensar nessas questões, ocorre-me o personagem do filme "Forrest Gump", que, em determinado momento de sua vida, decide correr. Ele simplesmente corre: sem motivo, sem destino.
Para que não façamos o mesmo, precisamos nos perguntar diariamente: "Por que estou correndo? Será que poderia realizar a mesma coisa com mais calma e melhor?". Desse modo, certamente poderíamos diminuir nosso alto grau de estresse, dedicar mais tempo aos filhos e, assim, ter uma vida melhor com e para eles.


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Escutatório


Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia.
(...)
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.
(...)
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto... (O amor que acende a lua, pág. 65.)


Rubem Alves

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Quando me amei de verdade



Quando me amei de verdade pude compreenderque em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa. Então pude relaxar.


Quando me amei de verdade pude perceber que o sofrimento emocional é sinal de que estou indo contra minha vontade.


Quando me amei de verdade parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.


Quando me amei de verdade comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma coisa ou alguém que ainda não está preparado- inclusive eu mesmo.


Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo o que não fosse saudável. Isso quer dizer: pessoas, tarefas, crenças e qualquer coisa que me pusesse pra baixo. Minha razão chamou isso de egoísmo. Mas hoje eu sei que é amor próprio.


Quando me amei de verdade deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer planos. Hoje faço o que acho certo e no meu próprio ritmo. Como isso é bom!...


Quando me amei de verdade desisti de querer ter sempre razão, e com isso errei muito menos vezes.


Quando me amei de verdade desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Isso me mantém no presente, que é onde a vida acontece.


Quando me amei de verdade percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.


Kim e Alison McMillen

muito bom né?
até a próxima,
Sandra

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Essências florais?


O que será que são aquelas gotinhas que sua (eu) amiga (o) toma de vez em quando? Se você conhece alguém que tira um vidro escuro da bolsa, geralmente de 30ml, e pinga algumas gotas na boca quatro vezes por dia, você pode estar diante de alguém que toma floral. Por que será que essa pessoa se dispõe a tomar essas gotinhas? O que tem nessas gotinhas? Como funcionam? Essas são algumas das dúvidas que esse artigo se propõe a esclarecer.



O método floral surgiu na Inglaterra, criado por um médico de nome Edward Bach (1886-1936). De uma maneira intuitiva ele foi criando as essências que atuavam em estados emocionais e mentais específicos. Assim surgiu o primeiro sistema floral. Hoje existem muitos sistemas produzidos em diversas regiões do planeta.



O floral é feito com a parte energética da flor. Ele não é fitoterápico, pois não usa partes da planta. É a parte vibracional da planta que será o floral e é na parte vibracional do nosso corpo que ele vai atuar. Estabelecendo esse equilíbrio ele vai mudar padrões de pensamento e emoções.



Na terapia floral, assim como no reiki, a atuação é energética, porém, o resultado é sentido no físico, mental, emocional e espiritual. Essa mudança, realizada pelo floral, se dá pelo estímulo da característica positiva relacionada àquele padrão. Toma-se floral para medo e ele desperta a coragem. O floral para dúvida estimula a certeza, para impaciência estimula paciência, para rigidez o floral estimula flexibilidade, e assim vai, para tristeza, melancolia, estresse, baixa auto estima, momentos de choque, recuperação de cirurgias, preguiça, vícios, dificuldade de aprendizado ou repetição de erros, insônia, intolerância, submissão, conflitos, possessividade, esquecimento, desanimo, trauma, ansiedade, a lista é enorme.



Chega a ser poético: a energia daquela flor vai despertar em você as características positivas que você está precisando!



Um abraço e até a próxima,
Sandra
publicado no site sentir bem

sexta-feira, 3 de julho de 2009

REIKI – PESQUISAS CIENTÍFICAS




* William Lee Rand *

Pesquisas científicas na área de imposição de mãos estão sendo conduzidas há algum tempo. Há agora algumas experiências que validam a utilidade do Reiki como técnica de cura. Alguns dos resultados mais interessantes destas experiências demonstram que os resultados positivos são mais do que efeito placebo.


Wendy Wetzel, uma enfermeira descreve uma experiência de Reiki que ela conduziu: "Cura por Reiki - Uma Perspectiva Fisiológica". Em seu estudo, quarenta e oito pessoas compuseram o grupo experimental enquanto dez, o de controle. Os grupos tiveram amostras de sangue retiradas no princípio e término da experiência. O grupo experimental recebeu treinamento em Reiki I. O grupo de controle não foi envolvido no treinamento de Reiki.


Das amostras de sangue foram analisados a hemoglobina e o hematócrito. Hemoglobina é a célula vermelha do sangue que leva oxigênio. Hematócrito é a relação das células vermelhas do sangue com o volume total de sangue. As pessoas do grupo experimental tiveram mudança significativa nestes valores com vinte e oito por cento sofrendo um aumento e o resto uma diminuição. As pessoas do grupo de controle não tiveram mudança significante. As alterações, aumento ou diminuição, são consistentes com o propósito de Reiki que é trazer equilíbrio em uma base individual.


Uma paciente teve 20% de aumento nestes valores. Ela continuou tratando-se diariamente com Reiki e depois de três meses, o aumento foi mantido. A paciente vinha de um quadro de anemia por deficiência de ferro.


Outra experiência demonstrou aumento nos valores de hemoglobina; conduzida pela médica, Otelia Bengssten, em um grupo de setenta e nove pacientes com diagnósticos de pancreatite, tumor cerebral, enfisema, desordens endócrinas múltiplas, artrite reumática, e parada cardíaca. O tratamento de Reiki foi feito em quarenta e seis pacientes, sendo trinta e três controles. Os pacientes mostraram aumentos significantes nos valores de hemoglobina. A maioria dos pacientes informou melhoras ou desaparecimento completo dos sintomas. Esta experiência e a anterior demonstrou que as aplicações de Reiki produzem melhoras biológicas.


No centro médico St. Vincent em Nova Iorque a experiência foi efetuada por Janet Quinn, diretor assistente de enfermagem na Universidade da Carolina do Sul. A meta desta experiência era eliminar o efeito placebo. Trinta pacientes de coração receberam vinte perguntas de um teste psicológico para determinar o nível de ansiedade. Eles foram tratados por um grupo treinado em Reiki. Um grupo de controle de pacientes também foi tratado por pessoas, não treinadas em Reiki, que imitaram as mesmas posições de imposição de mãos. No primeiro grupo dezessete por cento tiveram o nível de ansiedade diminuído depois de cinco minutos de tratamento; o outro grupo não apresentou nenhuma modificação.


Daniel Wirth da Ciências Internacional de Cura em Orinda, Califórnia conduziu um experimento controlado usando Reiki. Quarenta e quatro estudantes de faculdade, do sexo masculino, receberam feridas idênticas infligidas por um doutor no ombro direito ou esquerdo. Vinte e três receberam Reiki e os outros vinte não. Os tratamentos eram ministrados de tal modo que a possibilidade de um efeito placebo estava eliminada. Todos os quarenta e quatro estudantes estendem os braços através de um buraco na parede. No outro quarto, estava o reikiano administrando Reiki sem os tocar. Nem todos receberam Reiki. Foi-lhes informado que o experimento era sobre a condutividade elétrica do corpo. Ninguém sabia que a experiência era sobre cura. No oitavo e décimo sexto dia foram feitas avaliações dos ferimentos. Depois de oito dias, as feridas do grupo tratado tinham melhorado 93,5 por cento comparados com 67,3 por cento dos não tratados. Depois de dezesseis dias, o quadro era de 99,3 e 90,9.


Dr. John Zimmerman da Universidade de Colorado usando um SQUID (Dispositivo Supercondutor de Interferência Quântica) descobriu que campos magnéticos são criados ao redor das mãos de aplicadores de Reiki. As freqüências dos campos magnéticos que cercam as mãos dos reikianos eram de ondas do tipo alfa e gama semelhante para as observadas no cérebro de meditadores.


Dr. Barnard Grad de Universidade de McGill em Montreal, usa sementes de cevada para testar o efeito de energias curativas psíquicas em plantas. As sementes foram plantadas e regadas com uma solução salina que retarda o crescimento. Uma parte das sementes, lacradas em um recipiente foi regada com a solução energizada por um reikiano durante quinze minutos e outra não foi. A pessoa que molhava as plantas não sabia qual grupo estava sendo aguado com a solução energizada e qual não estava. As plantas regadas com a solução salina cresceram mais rapidamente e mais saudáveis, com 25% mais peso e um teor de clorofila mais alto.


Estas experiências envolvendo plantas, além de confirmar a natureza de não placebo da cura psíquica, confirmam a antiga compreensão metafísica de que energias curativas podem ser armazenadas em água para uso futuro.


Em outra experiência envolvendo a curadora psíquica Olga Worrall, o Dr. Robert Miller usou um transdutor eletromecânico para medir a taxa de crescimento microscópica de grama de centeio. O dispositivo usado tem uma precisão de milésimos de polegada por hora. O Dr. Miller fez a experiência em seu laboratório, fechando em seguida a porta para eliminar qualquer perturbação. Foi pedido a Olga, que se encontrava a mais de 600 milhas, para rezar para a planta da experiência exatamente às 21 horas. Quando o Dr. Miller voltou ao laboratório no dia seguinte, o equipamento de teste tinha registrado crescimento contínuo normal de 6,25 milésimos de polegada por hora até às 21 horas. Naquele momento, o registro começou a divergir para cima e tinha subido a 52,5 milésimos de polegada por hora que correspondia a um aumento de 840 por cento! Esta taxa de crescimento permaneceu até de manhã quando diminuiu, mas nunca para seu nível original.


O grupo de Spindrift fez extensas pesquisas envolvendo oração e plantas. Os resultados indicaram que as plantas para as quais as rezas foram dirigidas crescem mais rapidamente e são mais saudáveis em comparação com as que não receberam a reza, embora as condições sejam iguais para ambos os grupos de plantas.Mais experiências estão sendo feitas e teorias científicas desenvolvidas para descrever o Reiki como técnica de cura. O desenvolvimento de equipamentos mais sensíveis permitirá a ciência entender, validar, e aceitar a realidade do Reiki. Com isto veremos um uso crescente do Reiki individualmente, na família, em hospitais e consultórios. Um conhecimento mais profundo da natureza da saúde e a unidade de toda a vida, redescobrirá a velha sabedoria que diminuirá o sofrimento, tornando a vida na terra mais agradável e promovendo a cura do planeta.*


Pesquisador e Mestre Reiki, criador do sistema Karuna Reiki® – marca registrada pelo "The International Center for Reiki Training" – USA.E-mail: center@reiki. org – Visite: www.reiki.org

domingo, 31 de maio de 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Jeito Vik Muniz de Ser

Fui à exposição de Vik Muniz, no Masp http://masp.uol.com.br/ . Recomendo, principalmente pela reflexão que tais obras suscitaram. Vik Muniz usa materiais inusitados para produzir seu trabalho. É incrível quando ele faz isso com diamantes, porém suas produções com materiais tirados de lixões me deixaram boquiaberta. E ele não para por aí, usa poeira, açúcar, terra, geléia, chocolate, a lista é enorme.
Ao caminhar de uma obra a outra fui tomada por um encantamento, uma leveza... Sim, volto a dizer, as obras são muito interessantes... E à medida que eu caminhava ia entrando em contato com novas possibilidades. Novas possibilidades de se relacionar com o mundo e assim comigo mesma. Por que algo que se come deve sempre ser usado pra isso, ser sempre visto como alimento? Por que algo feio, sujo como o lixo não pode produzir algo lindo? Isso é ecologia pura, a reutilização de materiais para diminuição do lixo que vem sido pregada há tempos. Diante daqueles materiais por hora bizarros, outro pensamento surgiu: para lindas produções, são necessários materiais perfeitos?
E internamente, como fica isso? Será que não é possível olhar para algum lado meu considerado feio, de outra maneira? Não poderia eu, usar tal característica tão rechaçada num novo contexto, num contexto no qual ela não seria tão terrível? Será, ela, tão asquerosa assim? Aqui o perfeccionismo traduzido pela escravidão das normas ditadas pela sociedade pode ser novamente contestado, revisto, reelaborado... Vik Muniz compõe suas obras até com poeira! Boa lembrança para aqueles momentos em que nos sentimos pior que o nada...
Pra mim ficou uma sensação de liberdade e um recadinho: tenha um pouco mais de criatividade no olhar sobre você mesmo, você pode estar sendo muito óbvio. É muito profundo? Que tal usar isso para se expressar artisticamente? Como você é tudo preto no branco, todo mundo reclama que não tem meio termo? Que tal ajudar no controle das finanças da família? Gosta de ficar pensando na morte da bezerra? Que tal trabalhar com realidade virtual? Não consegue acordar cedo? Comece sua agenda só no período da tarde. É possível integrar algumas partes reprimidas, suprimidas ou esquecidas mudando o jeito de olhar e se relacionar com elas, outras realidades são possíveis.


Um abraço e até a próxima,
Sandra


terça-feira, 12 de maio de 2009

Como “silenciar” os pensamentos?



Swami Dayananda Saraswati




Esta é a típica pergunta mal formulada. O que você quer: silêncio ou conhecimento? Para que você quer o silêncio? Por quanto tempo você quer esse silêncio? Você acha que ele irá resolver seus problemas? Saiba que, no melhor dos casos, você os deixa para mais tarde. Quando você dorme, aliás, os pensamentos estão em silêncio, mas os problemas não são resolvidos.



Para que você quer o silêncio, então? O que resolve mesmo todas as questões, o sofrimento, as dúvidas, a tristeza e demais emoções destrutivas, é o autoconhecimento, é compreender quem você é. Nada mais. Todos os pensamentos estão centrados no ego. A mente é a voz do ego. A mente é o material do ego pensando, duvidando, desejando ou rejeitando.



Não é necessário “silenciar a mente”. É preciso sim, compreender quem você é, e que tipo de mente você precisa cultivar: uma mente objetiva e tranqüila. Pare de repetir como um papagaio coisas que você ouviu por aí.



Ouça esta estória: um jovem vê um caçador na floresta, carregando vários pássaros para levar ao mercado. Avisou para um papagaio que o caçador estava por perto. E pediu para o papagaio avisar às demais aves. O papagaio começou a gritar: O caçador está por perto, tomem cuidado! Todos os pássaros, por sua vez, começaram a repetir o mesmo: O caçador está por perto, tomem cuidado! Conclusão, como os demais repetiam sem pensar no que estavam dizendo, acabaram por ser pegos pelo caçador.



Moral da estória: não fique repetindo por repetir palavras bonitas mas vazias, que você ouve por aí. Pode ser contraproducente.



Satsang com Swamiji em abril de 2009. Transcrito por Pedro Kupfer.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Que é Transpessoal?


Encontrei este texto bem claro sobre Transpessoal, escrito por Vera Saldanha, a focalizadora de minha formação em Transpessoal e uma das autoridades no assunto. Espero que auxilie no entendimento das práticas transpessoais. Observem também a imagem que coloquei, ela sintetiza o que é transpessoal.

Por Vera Saldanha
Transpessoal caracteriza-se por ser uma experiência que segundo Walsh e Vaughan, pode definir-se como “aquela e em que o senso de identidade ou do eu ultrapassa (trans + passar = ir além) o individual e o pessoal a fim de abarcar aspectos da humanidade, da vida, da psique e do cosmo” (Walsh; Vaughan, 1997, p. 17).A Psicologia Transpessoal pode ser entendida como estudos e práticas psicológicas destas experiências na saúde, educação, organizações, instituições, incluído não só sua natureza, variedades, causas e efeitos, seu desenvolvimento, bem como a sua manifestação na filosofia, arte, cultura, educação, religiões.Em relação às disciplinas, por exemplo, a Psiquiatria Transpessoal concentra-se no estudo das experiências e fenômenos Transpessoais, enfocando, particularmente, seus aspectos clínicos e biomédicos. Na Antropologia Transpessoal refere-se ao estudo transcultural da experiência de ir além do eu pessoal e da relação entre a consciência e a cultura, enquanto que a Sociologia Transpessoal estuda as dimensões e expressões sociais desses fenômenos e a Ecologia Transpessoal aborda as repercussões e aplicações ecológicas dos mesmos.É importante observar, todavia, que essas definições não determinam e não excluem o pessoal, também não invalidam, enquadram-no dentro de um contexto mais amplo, o qual reconhece a importância de ambas as experiências pessoais e transpessoais; também não prendem as disciplinas transpessoais a nenhuma filosofia, religião ou visão específica do mundo nem restringem a pesquisa a um determinado método (WALSH; VAUGHAN, 1997, p. 17).O termo “Transpessoal” foi referendado, pela primeira vez na área da Psicologia, por Carl Gustav Jung, utilizando as palavras überpersönlich, em 1917, que significam suprapessoa e suprapessoal, respectivamente.Uma definição dada por Pierre Weil é a de Psicologia Transpessoal como:Um ramo da Psicologia especializada no estudo dos estados de consciência que lida mais especificamente com a “Experiência Cósmica” ou estados ditos “Superiores” ou “Ampliados” da consciência. Estes estados de consciência consistem na entrada numa dimensão fora do espaço-tempo tal como costuma ser percebida pelos nossos cinco sentidos. É uma ampliação da consciência comum com visão direta de uma realidade que se aproxima muito dos conceitos de física moderna (WEIL, 1999, p. 9).Assim definimos a Psicologia Transpessoal como o estudo, pesquisa e aplicação dos diferentes estados de consciência em direção a Unidade do Ser. Sua área de atuação dá-se em todos os campos do conhecimento que tem como base a Psicologia (SALDANHA, 2008).Observamos atualmente uma necessidade crescente de um enfoque psicológico que contemple a dimensão espiritual, ética e valores construtivos, positivos. A própria inserção na Psiquiatria da Categoria de “Problemas Religiosos e Espirituais” como pertinentes as necessidades psíquicas, faz com que a Psicologia Transpessoal torne-se cada vez mais necessária como um embasamento teórico, que nos proporciona recursos e cuidados para lidar com suavidade e profundidade em uma dimensão psico-espiritual do individuo. Mas isto não acontece somente no espaço clinico, também nas organizações, berço onde Maslow evidenciou as metanecessidades do Ser humano, além da auto-realização, estima, amor e segurança.Nesta caminhada de autoconhecimento, a importância do contato com uma dimensão superior da psique, nossa dimensão saudável, é naturalmente ética.Além disso, também na educação a abrangência da Didática Transpessoal (SALDANHA, 2008) nos permite um manancial de instrumentos na prática pedagógica, uma compreensão da relação educador-educando, bem como um entendimento maior da metacognição, motivação e aprendizagem.Assim sem dúvida alguma a abordagem Transpessoal revela um olhar contemporâneo necessário à nossa Psicologia no momento atual.A Alubrat surge no Brasil, trazendo a primeira pós-graduação lato-sensu em Psicologia Transpessoal e também como uma das instituições pioneiras no âmbito internacional com caráter mais cunhado pela pesquisa e embasamento teórico-prático das vivencias Transpessoais.Seu nascedouro ocorreu justamente nos cursos de Psicologia Transpessoal. Veio com a missão de propagar no âmbito acadêmico essa vertente, legitimando a espiritualidade como aspecto inerente a natureza biológica do ser, algo desejável, curativo, saudável, e que pode nos adoecer quando ignorado ou reprimido. Isto pode ocorrer, não só no plano pessoal, como também no social e cultural.Um axioma fundamental na abordagem de orientação Transpessoal é a espiritualidade no Ser humano.Outros aspectos que se destacam neste enfoque é uma ampliação da cartografia da consciência incluindo experiências antes do nascimento, após a morte física, e de uma dimensão superior da consciência.A Psicologia Transpessoal evidencia o trabalho por meio dos diferentes estados de consciência, a imortalidade da consciência, e o conceito de unidade como a grande Tônica Transpessoal.Todo e qualquer legitimo trabalho Transpessoal, necessariamente percorre estes aspectos em sua suas vivências.Neste sentindo podemos dizer que há uma perspectiva comum que as unificam.Entretanto ocorrem distintas leituras metodológicas, e especialmente no Brasil, podemos citar a Alubrat com a Abordagem Integrativa Transpessoal, (Vera Saldanha); o trabalho de Jean-Yves Leloup, fundado na Meditação do Coração e na Tradição Hesicaste; o Cosmodrama de Pierre Weil tendo como fonte o Psicodrama; o trabalho de Leo Matos baseado na Psicologia Tibetana; a Dinâmica Energético do Psiquismo de Theda Basso e de Aidda Pustilnik que tem como fonte a Barbara Ann Brennan; o trabalho de Gislane D’Assumpção em Tanatologia a Respiração Holotrópica com base em Stanislav Grof. Outros trabalhos também são desenvolvidos, alguns mais ligados à filosofia espírita, outros ao enfoque de Roberto Assagioli ou de Ken Wilber; enfim, hoje temos muitos grupos que embora diversificados em sua metodologia tem uma vertente comum: o despertar da Consciência.Penso que um grande Congresso Brasileiro que reunisse estes distintos grupos seria uma imensa contribuição para o movimento Transpessoal, o qual consolidaria a sua unidade na diversidade.Fica a sugestão!
Referências:
SALDANHA, Vera. Psicologia Transpessoal: Abordagem Integrativa Um Conhecimento Emergente em Psicologia da Consciência. Ijuí: Unijui, 2008.WALSH, Roger; VAUGHAN, Frances. Além do Ego: Dimensões Transpessoais em Psicologia. São Paulo: Cultrix, 1997.WEIL, Pierre. Lágrimas de Compaixão: e a Revolução Silenciosa Continua. São Paulo: Pensamento, 1999.
Vera Peceguini Saldanha*Psicóloga;*Presidente da Associação Luso Brasileira de Transpessoal (ALUBRAT) como sede no Brasil e Portugal;*Doutora em Psicologia Transpessoal (FE Unicamp);*Autora do livro: Psicologia Transpessoal: Um Conhecimento Emergente de Consciência, Ed. Unijui;*Autora do livro: A Psicoterapia Transpessoal, Ed. Rosa dos Tempos – 2ª edição;*Ministra cursos e conferências na área de Psicologia Transpessoal em diversos estados do Brasil e exterior desde 1985.


segunda-feira, 13 de abril de 2009


Hoje optei por postar um texto da Marina Colsanti muito bom! Vale a reflexão! E a realização de mudanças claro!

Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


(1972)
Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta
Affonso Romano de Sant'Anna.

O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

domingo, 15 de março de 2009

Reiki, o que é e o que não é

O texto de hoje é inspirado por um encontro que tive com um jornalista e por sua curiosidade em relação ao Reiki. Geralmente, os assuntos “Reiki” e “imposição de mãos” suscitam muitas dúvidas. Minha intenção, nesse texto, é tentar diminuí-las.

O primeiro ponto a esclarecer é como essa energia chega ao praticante e que tipo de energia é essa. Com isso, já será possível diferenciá-la de outras. A energia Reiki chega ao seu aluno no momento da sintonização ou iniciação - processos realizados pelo professor ou mestre de Reiki durante o curso. Este é o principal motivo pelo qual a técnica não pode ser aprendida em livros. É necessário ter participado deste processo para aplicar Reiki. Ele torna o aluno um canalizador da energia, ou seja: quando se aplica Reiki não se usa a própria energia.
O Reiki não possui nenhuma vinculação religiosa, por isso é praticado tanto por ateus como religiosos diversos. Reiki não é passe magnético, não é johrei, e tantos outros. É necessário ter isso bem claro, pois é comum confundir o Reiki com religião, pelo fato de encontrar pessoas de determinadas religiões aplicando-o.
Também não é ouvir uma música relaxante, sentir um aroma agradável ou estar deitado numa maca. Na verdade, o resultado obtido pela técnica é independente destas situações. Isso pode ser facilmente observado em feiras, nas quais a pessoa recebe Reiki sentada numa cadeira, ou num hospital - no qual não existe música no quarto. Outras situações diversas também podem ser observadas, por exemplo, um atendimento na rua, quando alguém se machucou (o Reiki acelera a cicatrização).
Outro ponto importante são as exigências ao receber. O Reiki fornece a energia rumo ao seu bem estar e essa energia, naturalmente, estimulará o equilíbrio e não o contrário. Ou seja, para receber Reiki basta vontade de fazê-lo, não exige crença, pensamento ou comportamento além da vontade, mesmo que seja por curiosidade. Porque o efeito do Reiki é sentido por ele em si e não por crenças, ele não é placebo.
Espero ter conseguido desvendar um pouco desta maravilhosa técnica e me coloco à disposição para esclarecer qualquer dúvida.

Um abraço e até a próxima,

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Reiki

No texto de hoje, abordaremos uma técnica denominada Reiki. Ela surgiu no Japão por volta de 1909, chegando ao ocidente em 1936. Essa terapia funciona a partir da transferência energética feita pelas mãos do terapeuta para o receptor. A transferência produz uma harmonização que reflete no físico, mental, emocional e espiritual.
No nível físico, existe um fortalecimento do sistema imunológico, ou seja, a resposta do organismo é bem mais rápida e eficiente caso haja alguma doença, além de favorecer a prevenção. No caso de dores em geral, o Reiki atua diminuindo-as e no caso de machucados ele estimula a cicatrização diminuindo o tempo de restabelecimento. No plano mental, ele diminui o fluxo dos pensamentos e organiza-os de maneira mais adequada. O resultado desse relaxamento pode ser percebido, por exemplo, com uma diminuição da insônia.
No plano emocional, o Reiki atua como um “colo” num momento difícil, pois a energia é suave e aconchegante e auxilia a entrar em contato com os sentimentos de maneira mais equilibrada. Outros resultados percebidos são o estimulo do autoconhecimento, da intuição, da criatividade, além da desintoxicação física, mental, emocional e espiritual.
Fruto das suas inúmeras atuações, destituídas de reações adversas, o Reiki está mais conhecido e tem cada vez mais adeptos. Desde pessoas que desejam recebê-lo, passando pelas que desejam fazer o curso para poder servir-se dessa energia diariamente, chegando até as que desejam ensinar essa maravilhosa técnica.
Esse grande interesse é percebido também no meio acadêmico, pois pesquisas têm sido realizadas. Existem teses de mestrado inclusive aqui no Brasil. O resultado é que alguns hospitais tanto no Brasil como na Europa já estão oferecendo esse serviço a seus pacientes para melhorar a sua qualidade de vida (já existem inclusive vídeos no site you tube sobre isso: http://es.youtube.com/watch?v=vdehyV3amYQ).
Que bom! Até a próxima!
texto publicado em minha coluna no site sentirbem.uol.com.br